O Ensino Superior vem sendo, ao longo dos tempos, afetado pelas novas Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC’s). Não é de hoje que se ouve falar que o processo de ensino-aprendizagem está se digitalizando dia após dia. Isso porque a chegada da pandemia de COVID-19 possibilitou Instituições de Ensino Superior (IES), gestores educacionais e professores reverem as suas estratégias e metodologias didático-pedagógicas aplicadas à educação no contexto da pandemia ou também conhecida pela expressão “novo normal”.
Segundo dados divulgados pelo Censo da Educação Superior 2020 e divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e pelo Ministério da Educação (MEC), neste ano, revelam informações que comprovam ainda mais a inserção das tecnologias educacionais em distintas áreas do conhecimento, níveis educacionais e a digitalização do Ensino Superior.
Os dados do último Censo mostram, para termos uma ideia, que o número de alunos(as) matriculados(as) em cursos a distância aumentou de forma exponencial nos últimos anos. Ou seja, mais alunos(as) buscam a Educação a Distância (EAD) como forma de se profissionalizar para o mercado de trabalho, aprender uma nova profissão, manter os conhecimentos científicos/ técnicos/ profissionais atualizados, sem esquecer da qualidade da educação, mesmo quando realizada de maneira a distância, em que discentes e docentes já não estão localizados geograficamente nos mesmos lugares.
Os números do Censo da Educação Superior 2020/ INEP/ MEC mostram ainda que dos mais de 3,7 milhões de discentes ingressantes no Ensino Superior no formato EAD, tanto em IES privadas, como públicas, mais da metade optaram por cursos nesta modalidade educacional. Os gráficos publicados pelo Censo revelam um número expressivo no período considerado entre 2011 e 2020, sendo que neste último ano, o número de ingressantes apresenta crescimento contínuo e alcançou a marca de mais de 2 milhões, o que representa um incremento de cerca de 365,5%.
Aqueles que já nasceram no contexto de surgimento e expansão das novas tecnologias digitais, podem manter um certo nível de aptidão e habilidade no uso e manuseio, como os mais jovens. Por assim, estarem inseridos no universo dos usos e apropriações das redes sociais (como a geração dos anos 90, ou até mesmo os Zners, termo que faz referência à geração que nasceu em uma era de novas tecnologias, mídias digitais e Internet das coisas), as juventudes se veem imersas em um caminho de infinitas possibilidades quando se trata das tecnologias.
Dessa forma, temáticas inovadoras no processo educacional e que ganham destaque no cenário da EAD, podem tanto facilitar os processos como possibilitar a construção de novos conhecimentos, habilidades, atitudes e experiências personalizadas. Você já ouviu falar, por exemplo, em Metaverso, Inteligência Artificial (IA), Realidade Virtual (RV) e até mesmo Data Science? Essas tecnologias, quando apropriadas e implementadas no contexto educacional, podem potencializar ainda mais o processo inovador de ensino-aprendizagem.
O certo é que atualmente é possível utilizar e se apropriar da Internet e das novas tecnologias de forma que seja possível construir um percurso de ensino-aprendizagem inovador e que permita facilitar a construção do conhecimento de forma colaborativa e personalizada. Sem esquecer, assim, da qualidade e do papel que as IES, os(as) docentes e estudantes assumem em diferentes níveis educacionais, da educação básica à técnica/ profissionalizante e superior. Desta maneira, para pensarmos o processo de digitalização do Ensino Superior, 5 passos são fundamentais:
- A realização de pesquisas de mercado e a análise da atual situação da IES;
- Implementação da transformação cultural/ digital e que leve em consideração os impactos da Internet e das novas tecnologias;
- A busca e o investimento em recursos humanos e em novas tecnologias digitais na educação;
- Capacitação contínua e constante do corpo técnico-administrativo da IES, dos(as) docentes e discentes;
- Avaliação periódica dos indicadores e investimentos da IES no que diz respeito não somente às tecnologias, mas a formação de pessoas e o retorno esperado.
Portanto, acreditar e investir na educação mediada pelas novas tecnologias é um caminho longo, de imensos desafios, tendências e possibilidades. O que não requer exclusivamente o investimento financeiro/ material ou de infraestrutura, mas a contínua e constante capacitação da comunidade acadêmica de uma IES.
O que inicialmente pode parecer um “bicho de sete cabeças”, os usos das tecnologias educacionais podem possibilitar a colaboração, a construção do conhecimento e o compartilhamento de saberes entre docentes e discentes, pois o que está em jogo não é apenas as tecnologias, mas os seus usos. Não se trata somente da mera técnica ou simples aparatos tecnológicos, mas a construção de conhecimentos e sentidos, a capacitação e a formação de pessoas, ações essenciais para se pensar a educação tecnológica do século XXI. E você, já iniciou o processo de transformação digital em sua IES?
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