HUMANIZAÇÃO PÓS-PANDEMIA
É certo que todos os seres humanos que passaram pela pandemia do COVID-19, indiferente ao fato de não haver mais regras duras de distanciamento social neste período atual, as sequelas deixadas por esse período serão sentidas por muitos anos ainda.
No Ensino Superior, esses traumas estabeleceram um novo tipo de aluno que com certeza não é o mesmo que frequentava as aulas antes do início da pandemia em 2019.
Imaginem um cenário caótico de incertezas em que todos os dias os jovens são inundados por notícias sobre mortes e mais mortes....um pessimismo sem igual para com a vida presente.... e um futuro totalmente incerto......
Esse cenário com certeza transformou nossos jovens que viram a profissão escolhida que até então tinham a certeza de como ela funcionaria e quanto seriam úteis à sociedade e ao mercado, de repente é tolhida por uma gama de incertezas e contextos pessimistas e de adaptações que visam evitar o contato com outros seres humanos e inserir a tecnologia em primeiro plano em detrimento às interações sociais.
Os nossos alunos tiveram que tirar suas próprias conclusões sobre o futuro e sobre o mundo, ou seja, saíram do papel de mero receptores de informações, para ter que raciocinar e entender qual o seu papel no mundo e que mundo querem para si e para outrem.
Então, neste momento que retornamos às atividades presenciais, surge uma questão: como receber esse aluno? O que devemos mudar em termos de metodologia considerando o aluno que viveu a pandemia?
A resposta está no processo de humanização neste retorno às atividades presenciais no Ensino Superior, ou seja, a determinação de que cada aluno é único e possui suas características, tempo e modos de aprender.
Nesse contexto, palavras como autonomia e professor como mediador nunca tiveram tanta relevância como agora, o aluno precisa ser ouvido e precisa ser o corresponsável pelo seu aprendizado.
Assim, neste retorno, o professor deve optar por menos aulas meramente expositivas e centrar mais o aprendizado no próprio aluno, fazendo-lhe questionamentos, instigando-lhe a buscar respostas. O professor deve fazer um brainstorming ou crias mapas conceituais sobre os temas, traçando analogias com outros conhecimentos já adquiridos pelo aluno e questioná-lo a buscar respostas. Utilizar exemplos e analogias que conectam os alunos às situações dos seus cotidianos.
Isso significa humanizar o ensino-aprendizagem e retirar o professor do papel de detentor pleno do saber.
Esse processo de corresponsabilidade é primordial neste momento de retorno às aulas.
Então....prezados professores, vamos abolir a mera transmissão de conhecimentos (aulas expositivas) e vamos colocar o aluno como corresponsável pela sua própria formação (diálogo, questionamento, incitamento ao aprendizado), pois nunca tivemos um cenário tão profícuo para tal.
Prof. Dr. Malverique Neckel
Consultor e Diretor Geral da EDUFOR