Conheça os 10 passos para diminuir a evasão na sua faculdade.
É certo que o problema da evasão no Ensino Superior tem sido uma das preocupações das IES no Brasil há décadas.
Porém, com o advento da crise que assola o país há alguns anos, bem como as incertezas sobre as políticas públicas para o Ensino Superior e a alta da concorrência no âmbito privado tem-se elevado a evasão a números nunca vistos. Nos últimos 3 anos a taxa de evasão têm ultrapassado os 30% nos cursos presenciais e se tornado ainda maior no âmbito dos cursos EaD.
Logo, além de uma dura batalha para captar alunos, as IES têm o duro desafio de mantê-los estudando, afinal os números estratosféricos da evasão incidem sobre a sustentabilidade das empresas educacionais que assistem à média de 30% de seus alunos migrar para outras instituições ou simplesmente abandonar os seus cursos de graduação.
- Mas, como minimizar esse problema?
Há décadas escrevo sobre o assunto “evasão” insistindo na profissionalização da equipe administrativo-acadêmica das IES como meio de minimizar este e outros problemas, porém parece-me que não estamos falando a mesma língua, pois o que nos parece simples como consultores educacionais, nem sempre é entendido do mesmo modo e com clareza pelos nossos leitores.
Então, decidi fazer uma espécie de passo a passo a ser seguido pelas IES com o objetivo de dar clareza e objetivamente minimizar o problema da evasão.
Porém, antes do explicitar o primeiro passo, deve-se ter claro o público-alvo dessas ações e o momento propício para aplicá-las:
=> PÚBLICO-ALVO A SER VISLUMBRADO NA EVASÃO: ênfase nos alunos ingressantes, mas sem perder de vista os alunos veteranos; e
=> MOMENTO EM QUE SE DEVE INTERFERIR NA EVASÃO: antes mesmo de iniciar o período letivo ou semestre.
- Mas, por que antes de iniciar o semestre letivo?...a razão é muito simples: boa parte da evasão dá-se antes mesmo de o aluno frequentar o primeiro dia de aula, pelos motivos mais variados.
Desse modo, passamos então a nos centrar em alguns passos que são, em nossa opinião, imprescindíveis para diminuir a evasão nas IES.
1) EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DE RETENÇÃO
Por mais engajado que seja um colaborador ou funcionário, ele não tem o olhar criterioso e a obrigação rotineira de considerar a evasão como um problema a ser minimizado para a empresa.
Então é imprescindível que se crie uma equipe multidisciplinar formada por profissionais de vários setores para lidar com a evasão como Comercial, Relações Institucionais, Docente, Coordenações de Cursos, Estágio e Carreira, Atendimento e Psicólogo, todos com dados advindos de pesquisas advindas da matrícula ou processos seletivo (dividimos em duas partes, pois a quase totalidade das IES aceita hoje processos como o ENEM como meio de ingressar na IES e, logo, esses alunos já chegam às IES para imediatamente se matricularem) planejamento desenhado e foco em ações de ROTINA que visem reter os alunos.
2) FOCO NA CARREIRA E NO ACONSELHAMENTO PROFISSIONAL
A escolha de professores com histórico e experiência profissional na carreira do curso é imprescindível para que o aluno se autoprojete na profissão escolhida, porém não é garantia de que ele realmente se sinta confortável com a escolha profissional que fez.
Então, ações de aconselhamento profissional, valorização da profissão escolhida, bem como conhecimento pleno sobre o futuro que escolheu são ferramentas eficazes para que o aluno priorize a sua formação e se engaje no curso e na IES escolhida.
3) AMBIENTAÇÃO ACADÊMICA
Todas as IES costumam fazer eventos e festas de boas-vindas aos calouros, porém esquece-se que a adaptação ao meio universitário ocorre em um processo e não em um passe de mágica.
Assim, é óbvia a importância de o aluno se sentir bem-vindo em uma universidade, mas isso por si só não garante o seu engajamento e adaptação ao meio acadêmico.
Então, é imprescindível que se criem ações sistemáticas de adaptação ao Ensino Superior e os veteranos são imprescindíveis como atores para que os ingressantes se adaptem ao meio universitário e sejam nele retidos.
4) IMAGEM INSTITUCIONAL E DO CURSO
Boa parte das IES espera que os alunos “vistam a camisa” da instituição pelo simples fato de te-la escolhido para estudar, porém esquece-se que as razões que o levou a essa opção são múltiplas, indo desde o preço mais viável até a localização que lhe proporciona comodidades para estudar.
Assim, o endomarketing é de suma importância para que o aluno se sinta não apenas parte da universidade, mas orgulhoso de nela estudar. Nesse sentido, é sabido por todos que a vida dos jovens hoje se divide em duas instâncias: a real e a virtual. Então o uso das redes sociais como ferramentas para engajamento institucional deve ser sistemático e imprescindível para atingir essa meta que com certeza diminuirá a evasão.
5) CLIMA ORGANIZACIONAL
As IES esquecem que a Universidade é um “corpo uno” formado por professores, funcionários e coordenadores, comunidade esta que também é responsável pelo sentimento de bem-estar do aluno. Ao acolhê-lo com carinho, o funcionário mostra a importância do estudante para a instituição.
Além do mais, a interação com os professores ajuda na integração à nova vida acadêmica. Assim, fica mais fácil superar as possíveis dificuldades de aprendizagem. Então, o investimento no bom clima organizacional é imprescindível para a diminuição da evasão a partir do auxílio que a equipe dá ao aluno ao fornecer-lhe a sensação de “pertencimento”.
6) SENSAÇÃO DE “FAZER PARTE”
Indiferente se ingressante ou calouro, é imprescindível que o aluno se sinta parte constante do processo educacional e do meio universitário.
Para tal, não bastam apenas que se ofertem palestras, eventos culturais e esportivas e outras atividades extracurriculares, mas que os alunos se envolvam promovendo essas atividades, ou seja, fazendo parte do processo universitário.
7) CASES DE SUCESSO
Divulgar o histórico de sucesso de ex-alunos é imprescindível para que o aluno se engaje e tenha como objetivo o exemplo de outros profissionais.
Além disso, a história de crescimento da própria IES e do seu curso, seja em número de alunos ou de reconhecimento na comunidade, são expectativas de engajamento eficazes para evitar a evasão.
8) POLÍTICAS DE PREÇOS
Finalmente, chegamos à controversa e “maior culpada” pela evasão no Ensino Superior: a crise econômica, afinal ela impediu que muitos alunos entrassem na universidade, bem como aqueles que entraram não conseguirem se manter por falta de condições financeiras para bancar suas mensalidades.
Nesse sentido, vale destacar que as aspas que inserimos no parágrafo anterior não foram inseridas por acaso ou simplesmente para alguma ênfase linguística: - Em nossa opinião, essa razão está intimamente ligada aos passos anteriores, pois se trata muitas vezes de uma questão de prioridade, ou seja, se um aluno prioriza e dá maior valor a sua formação, mesmo com as dificuldades financeiras ele encontrará meios de continuar a estudar.
Nesse viés, entra então a responsabilidade da universidade em garantir uma política de preços justos e equiparáveis. Desta forma, é possível auxiliar aqueles alunos que mesmo com a crise, priorizam o Ensino Superior como um investimento a ser mantido.
Além disso, com o número de vagas ociosas e carteiras vazias em turmas já formadas, faz-se necessário que as IES criem sistemas de financiamento próprios.
9) COMUNICAÇÃO EFICAZ
Todas as ações voltadas a diminuir a evasão só se tornarão possíveis se houver uma comunicação efetiva e plena entre os setores e colaboradores da IES para que se consiga minimizar a evasão, afinal dados como a frequência escolar, solicitações de trancamento ou mesmo solicitações de documentos são pistas para se intervir na realidade da evasão antes mesmo que ela ocorra. Aliás, a intervenção deve ocorrer antes de qualquer decisão ou dúvida do aluno entre continuar ou não os seus estudos: esse é o foco.
10) PROFISSIONALIZAÇÃO DA GESTÃO
Finalmente chegamos ao “x” da questão: apesar de termos uma evolução muito grande em termos de administração das universidades na última década em razão de perspectivas advindas de grandes empresas educacionais que surgiram no mercado privado, é assustadora a realidade empírica que vemos ocorrendo em pequenas e médias instituições de ensino superior que são a maioria no Brasil: - Há ineficácia da gestão em boa parte delas em razão de ranços acadêmicos mantidos na universidade como “entidade intocável” e não passível de contaminação mercantilista.
É certo que há singularidades que são inerentes às universidades, mas elas precisam e devem se profissionalizar indiferente ao foco ou número de alunos, caso contrário, estarão fadadas à falência como vemos diariamente ocorrendo com inúmeras IES no Brasil.
Então, antes de formar equipes multidisciplinares, ações e planejamentos voltados aos passos que supracitamos, é imprescindível que os gestores estejam preparados para mudanças de paradigmas educacionais e foco em resultados, tanto financeiros quanto acadêmicos.
Para tal, a Edufor Consultoria oferece os seus serviços de Reestruturação Acadêmico-Administrativa com foco na captação, retenção e diminuição de custos operacionais nas Instituições de Ensino Superior. Assim, contratar uma consultoria que possui Know-How e sua própria instituição de ensino superior como exemplo de sucesso (FACULDADE EDUFOR www.edufor.edu.br), não pode ser considerado um gasto a mais para as IES, mas um investimento com retorno garantido.
Prof. Dr. Malverique Neckel
Diretor e Consultor Educacional