Por Profº Dr. Malverique Neckel
No ano de 2016, segundo dados da CAPES, havia no Brasil quase 60 mil mestres e mais de 20 mil doutores, ou seja, uma quantidade de profissionais com formação stricto sensu que corresponde a cerca de 0,1% da população brasileira.
Considerando dados de outros países, enquanto o Brasil possui a média de 58 doutores para cada milhão de habitantes, ocupando no Ranking entre os países do mundo o 27º lugar em número de doutores, a Suiça que está em primeiro lugar no ranking possui 486 doutores para cada milhão de habitantes. Por outro lado, o Brasil se assemelha a nações como a África do Sul e Indonésia quanto ao número de doutores formados.
Esse baixo índice pode estar relacionado a uma série de fatores, entre eles, podemos citar a dificuldade em se conciliar a vida profissional com o estudo presencial da pós-graduação stricto sensu que está presente em poucas instituições brasileiras e, portanto, faz com que boa parte dos interessados tenha que se afastar totalmente do trabalho ou, ainda, mudar-se de cidade para poder cursar uma pós-graduação stricto sensu.
Os números se tornam ainda mais alarmantes quando comparamos as diferenças de número de alunos matriculados no Brasil em cursos de mestrado e doutorado entre as diferentes regiões.
Nesse contexto, com a promulgação das novas Diretrizes para a constituição de cursos de pós-graduação Stricto Sensu como a Portaria CAPES nº 32, de 12 de Fevereiro de 2016, que estabelece novos procedimentos para a avaliação de cursos, bem como a Portaria nº 90, de 24 de Abril de 2019 que regulamenta os cursos de Mestrado e Doutorado na modalidade EAD, teremos nos próximos anos a possibilidade de mudança na realidade de muitos profissionais brasileiros e até mesmo no aspecto competitividade no mercado de trabalho para muitas empresas brasileiras que necessitam de profissionais mais capacitados para concorrer em escala mundial.
Com isso, teremos um número grande de Instituições de Ensino Superior oferecendo esses cursos nos próximos anos em diferentes regiões brasileiras, o que auxiliará também na diminuição das diferenças regionais em termos de formação e qualificação profissional, incluindo a melhoria dos índices de qualificação de docentes atuantes na educação em todos os seus níveis.
É certo que só isso não garantirá um futuro ao Brasil em estatística que deve se aproximar com dados de outras nações. É necessário mais desenvolvimento em termos de qualificação profissional, então, a médio e longo prazo teremos um círculo virtuoso no âmbito da pesquisa e da inovação.
Para as Faculdades nos mais diversos cenários regionais do País, cria-se uma nova oportunidade para melhoria da qualidade da sua oferta também em nível de graduação, haja vista que isso possibilitará que milhares de professores inseridos no Ensino Superior que hoje atuam apenas como especialistas, poderão obter melhor qualificação e, portanto, melhorar a oferta dos seus conhecimentos para os futuros alunos de pós-graduação.
As instituições de Ensino Superior que pretendem ampliar a oferta de cursos stricto sensu, fiquem atentos aos prazos do calendário CAPES para submissão de novos cursos que ocorrerá do período de 1º de julho a 09 de agosto.
A EDUFOR CONSULTORIA dispõe de sua expertise para que sua instituição possa realizar o sonho de formar mestres e doutores, bem como melhorar a qualidade e a sua imagem institucional.